segunda-feira, 20 de outubro de 2014

UNIVERSIDADE E ELEIÇÕES: UM DEBATE NECESSÁRIO


Último dia 16 fui surpreendida pelo noticiário local e também por informações nas redes sociais sobre o tumulto na Universidade Federal da Paraíba, gerado por tensões entre parte da comunidade universitária, participantes de um Ato em defesa dos atuais candidatos à Presidência da República e Justiça Eleitoral, que resultou na intervenção da polícia militar na UFPB.


O acontecimento me chamou a atenção não só a partir dos argumentos de estudantes, docentes e técnicos da Instituição favoráveis ou contrários à intervenção da polícia no Campus, e todos os desdobramentos desse fato, realmente lamentável, na imprensa e sobretudo no cotidiano da Universidade. Mas, especialmente, pelo fato que ao longo dos anos paira sobre o ambiente universitário, sob meu ponto de vista, o esvaziamento do debate sobre o ensino superior nas plataformas dos candidatos.

Senti uma lacuna tremenda da presença da Universidade no debate público sobre as Eleições 2014. É claro que é terminantemente proibido pela legislação manifestações partidárias na instituição. De outro modo percebo que muitas categorias e segmentos sociais vêm colocando suas demandas e problematizando seu contexto de atuação e questionando os Programas de Governo de muitos candidatos. A UFPB ao longo de sua história contribuiu de forma excepcional também para a formação política de várias gerações, não é por acaso que muitos dos candidatos e parlamentares eleitos começaram sua trajetória política na Universidade, ou integram os quadros da Instituição.

No entanto, contraditoriamente, há mais recentemente  um esvaziamento da ação política da comunidade universitária - observando a política para além do partidarismo. 

Há poucos dias penso que o tempo é bem restrito para se discutir com os candidatos os pontos que para nós são estratégicos para o avanço das políticas de fomento à pesquisa, à estrutura das Universidades, à carreira docente, a economia do conhecimento e seu papel no desenvolvimento local sustentável, entre outros temas tão pertinentes porém que não se fazem visíveis.

Tomara que essa tensão provocada pelo acirramento da disputa nas Eleições 2014 possa, quem sabe, nos fazer pensar além das cores e bandeiras, e  oxalá consiga retirar a Universidade de um lugar secundário ou de invisibilidade dos Programas de Governo dos candidatos.





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