terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Feminicídio durante o Carnaval

“Morta por ciúmes”. “Sob cárcere privado por terminar um relacionamento”. “Perdeu parte da genitália em tentativa de estupro”. Estes enunciados foram retirados de três notícias que me deparei durante o Agendamento da Semana de Carnaval na mídia. Sem tanta repercussão, mesmo diante da dramaticidade dos fatos, estes acontecimentos são cada vez mais sintomáticos em relação ao aumento dos números da violência contra mulheres no País, e também na Paraíba.




Mesmo considerando o avanço tremendo da Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006, as narrativas cotidianas das páginas dos jornais assustam, porque evidenciam a virulência com que os casos têm ocorrido, e mais que isto, tem deixado uma lacuna enorme quanto à ação do Poder Público, incluso o Judiciário na coibição destes episódios.


Muitas vezes o que fica é um sentimento de impotência, que talvez fosse minimizado se houvesse uma resposta mais efetiva da ação governamental disseminada com maiores desdobramentos nos Estados com foco em medidas eficientes no enfrentamento à violência de gênero, que tanto quanto a violência urbana tem características específicas e é um problema social grave a ser enfrentado.


O que temos visto com a ampliação do fenômeno da violência contra mulheres é um contexto de feminicídio, em que meninas, adolescentes e mulheres adultas quando não morrem, são usurpadas do seu direito a estar no mundo com segurança, liberdade e dignidade humana.


É difícil imaginar, em pleno Século XXI, que uma mulher pela recusa em atender aos apelos sexuais de seu marido, tenha sido por ele estuprada e perdido parte de sua genitália num ato de agressão. Este grotesco episódio que ocorreu no Brejo Paraibano, no município de Araçagi, nos coloca mais uma vez diante de uma aberração ainda maior, que diz respeito a uma indiferença social diante desta questão.

Um comentário:

Goretti Duarte disse...

Sandra querida, também temos que nos unir sempre mais para vencermos esses males que permeiam de forma sileciosa em nossas vidas, temos de fazer valer o resgate da auto estima de nós mulheres. Por esquecer de nos amar é que esses fatos acontecem. Ao longo da vida vamos alimentanto relação que nos tiram a vida ainda que estejamos com o coração pulsando.

Abraço,

Goretti Duarte