sábado, 5 de março de 2011

Cada um com sua Tribo


Neste Carnaval vou encontrar minha Tribo, longe daqui, dentro de mim. Paisagens ancestrais, memória, mato adentro, choro, risos, muitos risos. Lembro-me minha vó contando quando Lampião chegou às terras que morava seu pai: homens correndo pra dentro dos matos, alvoroço, mulheres sendo levadas para Juazeiro – bem pra perto de padim Cícero. E depois calmaria, a Lenda do Cangaço por lá violência nenhuma cometeu, setou, comeu, repousou, foi embora... Restou a memória compartilhada.
Vou rever meus papangús queridos, eles são seres encantados pra mim. Me surpreendem apenas os juruparis que sempre vivem às soltas para além das matas, nas cidades mesmo. E no Clima dionisíaco escuto meus cd’s de Mestre Ambrósio, nada mais propício não? “ Eu sou Ambrósio, eu vivo no mundo, comprando, vendendo, e trocando  ...” Vida de escambo essa não? Cada um com sua Nau, sua lida, seu poema, e sua forma de Viver seu Carnaval.

(Sandra Raquew S.)