terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mais de dez coisas que amo em Campina Grande


A Rua da Floresta (para muitos rua Coronel João Lourenço Porto)
Comprar flores em dona Elisabeth(na Feira Central)
O caldo de mocotó (do Bar do Mocotó)
Ver Dona Irá(minha ex-vizinha na Rua Indepêndência)
Tomar suco de laranja com mamão em Henrique Lanches(Calçadão)
O bode com cuscuz( Bar do Cuscuz)
O pôr-do-sol visto no Açude Velho (entre o Monumento aos Tropeiros)
Um banho de chuva torrencial no Parque da Criança (inesquecível...)
Nadar.
Marinez(in memoriam) e sua linda voz
Ir ao Festival de Inverno.
Dar milho aos pombos na Praça da Bandeira.
As escolas Pequeno Príncipe e Motiva.
O Restaurante Govinda e meus amigos do Hare-Krisna
O pôr-do- sol visto do Edifício Rique.
O amanhecer visto do Edificio Palomo num dia claro de verão
O amanhecer com neblina
Ir a Feira Agroecológica, no Museu do Algodão
As residências floridas nos bairros
A vista panorâmica da Ladeira da Bela Vista...

Campina Grande pra mim existe em vários tempos, períodos da minha vida. Das tantas vezes que habitei a cidade ao longo de 13 anos de retorno à Paraíba, e nos tempos em que a cidade me habitou, marcando passagens de minha existência, estruturando sentidos nos meus ciclos de morte-vida-ressurreição.
                                
Foto: Carlos Azevêdo. Vista Panorâmica do Ed.Villemus.
A todos os meus amigos e amigas de Campina Grande, em especial, Nerize Ramos, Dôra Dantas e Tonico(Antonio Carlos Pires de Melo).

sábado, 10 de setembro de 2011

Vidas em fast-food


Dia 05 de agosto passado, saí com meu filho, sendo feriado, fomos ao cinema. Amo cinema, mas tenho dificuldades em ir às salas que ficam nos shoppings, é difícil acostumar, por inúmeras razões. Mas enfim, sempre topo ir ver um filme. Logo após a exibição ele me pede um lanche. Num ritmo frenético, jovens moças e rapazes correm de um lado para o outro num espaço mínimo, as pessoas nas filas aguardam, em tempo record, sua refeição.
A rotina foi quebrada com o grito de um jovem no fundo da cozinha, visível a todos. Pede ajuda! Rapidamente a moça do caixa sai em prantos. A imagem em segundo plano mostra um jovem estirado ao chão, como uma paisagem desfocada. Todos os jovens trabalhadores se agitam para tentar socorrê-lo, mas em questão de segundos como em robôs numa linha de montagem começam trabalhar, fazendo os mesmos movimentos. Com rostos assustados, silenciados, orquestram as vidas em fast-food.
Os bombeiros chegam, pegam o rapaz, o retiram dali numa cadeira de rodas. Questão de não mais que dez minutos dura esta lastimável cena. Eu e meu filho que estávamos bem de frente observamos tudo. Vi seu rosto pálido, tive medo que morresse, tive susto e tristeza.
Perguntei a vários jovens trabalhadores da lanchonete que juntamente comigo presenciaram a cena o que havia acontecido com ele, como estava agora, mas nenhum deles, mesmos os que saíram de seus postos para acudí-lo disseram não saberem de nada, desconversaram.
Meu filho e eu nos entreolhamos, compreendemos mais essa vez a vida invisível e descartável, existências em fast-food, expressão da coisificação de tudo e de todos. Com tristeza pela violência também sofrida pelos jovens que continuaram trabalhando sem dar uma pausa, mínima que fosse para se acalmarem diante do tudo aquilo.
Perdemos o apetite, e prometemos para nós mesmos nunca mais voltarmos aquele lugar.

sábado, 5 de março de 2011

Cada um com sua Tribo


Neste Carnaval vou encontrar minha Tribo, longe daqui, dentro de mim. Paisagens ancestrais, memória, mato adentro, choro, risos, muitos risos. Lembro-me minha vó contando quando Lampião chegou às terras que morava seu pai: homens correndo pra dentro dos matos, alvoroço, mulheres sendo levadas para Juazeiro – bem pra perto de padim Cícero. E depois calmaria, a Lenda do Cangaço por lá violência nenhuma cometeu, setou, comeu, repousou, foi embora... Restou a memória compartilhada.
Vou rever meus papangús queridos, eles são seres encantados pra mim. Me surpreendem apenas os juruparis que sempre vivem às soltas para além das matas, nas cidades mesmo. E no Clima dionisíaco escuto meus cd’s de Mestre Ambrósio, nada mais propício não? “ Eu sou Ambrósio, eu vivo no mundo, comprando, vendendo, e trocando  ...” Vida de escambo essa não? Cada um com sua Nau, sua lida, seu poema, e sua forma de Viver seu Carnaval.

(Sandra Raquew S.)