sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Contrato com Deus



Li recentemente Will Eisner,uma clássica obra em HQ, reeditada por Devir Quadrinhos e comprada na Banca do Farias. Depois de escrever uma tese precisava me purificar. Primeiro veio Mundo Pet, do Lourenço Mutarelli, irresistível. Logo após veio a graphic novel do Eisner. A história que dá título a coletânea, Contrato com Deus (lançada em 1978, e contendo quatro histórias sobre a vida no Bronx dos anos 30), me habitou, e ainda estou com ela, guardada em um lugar secreto que nem sei se ouso tocar com tamanha intensidade com a qual o autor a construiu a partir de si mesmo e seu diálogo/conflito com o Divino.

A leitura voraz dos quadrinhos de Eisner revitalizaram a memória dos inúmeros contratos invisíveis construídos com o Sagrado ao longo dos meus dias, feitos à revelia dos corretores imobiliários da fé. Contratos muitas vezes sem palavras, ou papiro... Uns fiz ao vento, muitas vezes sentindo-me a mais especial das criaturas, outros no entanto, no subterrâneo, balbuciando, na tentativa de encontrar as asas ou os fios que me tirassem de alguns labirintos.

Na paisagem urbana de um cortiço, onde o que mais parece estar em evidência é a condição humana, Eisner desenha brilhantemente becos, personagens multiculturais, situações “fictícias” de mundos reais, demonstrando como um microcosmo pode ser expressão de questões tão universais como as perdas, a solidão, a solidariedade, o velho e o novo, a finitude e o renascimento. No cortiço descrito por ele o Sagrado deixa seus sinais nos umbrais das portas tal qual no Velho Testamento. Os personagens parecem bodes expiatórios de uma sociedade messiânica. Lembrei muito dos estigmatizados descritos por Goffman, inevitável.

Confesso que esta leitura está em aberto. De fato Eisner com sua genialidade e traços marcantes nos ajuda um pouco a rasgar o véu dos templos ...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Grupo de mulheres lança campanha pelo uso de eco-mochilas para pão


O grupo de mulheres que integra a Casa Lilás lança nesta quinta-feira, 06, a partir das 15h, no auditório da Fundação de Ação Comunitária (situada na avenida Epitácio Pessoa, próximo ao Shopping Moriah) , em João Pessoa, uma campanha objetivando sensibilizar panificadores e população em geral a adotarem o uso de sacolas de algodão para transporte e armazenamento de pães e produtos de panificação. Este primeiro momento da ação procura dialogar com os fornecedores do Programa Pão e Leite, coordenado pela FAC numa política conjunta com o Governo Federal, reconhecendo a importância em articular uma ação social a estratégias de desenvolvimento sustentável.

A campanha em favor da utilização das eco-mochilas faz parte de um processo de educação ambiental que acontece no cotidiano deste grupo que é formado por aproximadamente treze mulheres que vivem na comunidade Novo Horizonte, bairro do Cristo Redentor. Segundo Josefa Bezerra da Silva, integrante da Casa Lilás, desde a formação do grupo de mulheres, em 2004, a equipe atua desenvolvendo ações de geração de renda para mulheres e educação ambiental.

As mulheres que participam da Casa Lilás realizam visitas semanais na comunidade objetivando sensibilizar e formar moradores para melhor utilizar os recursos naturais, tratar o lixo, reciclar materiais e melhorar as condições de vida da comunidade. Além das atividades de conscientização ambiental, de acordo com Gabriela Kieran, também integrante do grupo, as mulheres realizam oficinas pedagógicas com adolescentes do Novo Horizonte voltadas à educação ambiental.

Outro eixo importante deste trabalho comunitário, conforme Kieran é a trajetória das integrantes por garantir sua autonomia financeira e melhorar sua qualidade de vida, o que faz com que as elas realizem uma ação em rede fortalecendo a troca de conhecimentos entre si e a execução de projetos de geração de renda e formação profissional das mulheres envolvidas neste trabalho.

Atualmente a Casa Lilás tem uma linha de produção voltada ao artesanato e a serigrafia que possibilita a confecção das eco-mochilas para pão, bolsas, artigos de decoração, entre outros.Maiores informações sobre estas ações podem ser obtidas pelo telefone 9908-8756.

Como faziam nossas avós – Estima-se atualmente que até um trilhão de sacolas plásticas são produzidas anualmente em todo mundo. Segundo dados do Instituto Akatu, o Brasil produz mais de 12% todos os anos e 80% destas sacolas são utilizadas apenas uma vez. Estima-se também que feirantes de João Pessoa, gastem mensalmente com sacolas plásticas algo em torno de R$, 500,00, o que repercute diretamente no lucro dos comerciantes. Para reduzir danos ambientais causados pelo uso contínuo de sacolas plásticas, como entupimento de esgotos, bueiros, morte de animais marinhos por sufocamento, diferentes países e grupos têm retomado um costume tradicional, a utilização de sacolas de algodão para armazenamento de pães, e a substituição das sacolas plásticas por sacolas duráveis, o que possibilita a redução dos danos ambientais. e também a diminuição gastos por parte dos comerciantes com as sacolas plásticas.